Nosso Roteiro - Deserto do Atacama - Região da Antofogasta Chile/Bolívia

Nesse post contarei como foi nossa viagem, os perrengues acertos e fotos.


  • Lugares/Tours e suas Altitudes:

Bem, planejei a viagem pesquisando muitos blogs e sites, sobre roupas, sapatos, clima e passeios.
 

San Pedro do Atacama: 2.435 mts

Primeiro dia, tínhamos planejado alugar uma bike e ir até Pukara de Qitor, mas precisávamos de um passeio mais tranquilo, sem muito esforço, estávamos nos ambientando, demos uma volta na cidade, e fechamos os pacotes dos passeios, segue nosso roteiro:



Primeiro dia 

Vale de La Muerte e de La Luna : Altitude entre 2.450 e 2625 mts. Como chegamos por volta de 13:30 em San Pedro, e os tours para o vale partem às 16 hrs, já aproveitamos o dia para assistir o por-do-sol do vale da Lua, muito bonito! Passamos pelas Três Marias, e caminhando pelas areias do vale, chegamos à parte superior do vale. Leve seu Anorak (corta-vento).
Foto por Leonardo Gomes  

 Foto por Leonardo Gomes  


Segundo dia 

Salar de Atacama e laguna Chaxa - Entre 2.300 e 2.450 mts. É o deserto de sal do Chile, fica à 55 km de San Pedro, fizemos esse passeio de manhã, tem a extensão de uns 3 mil km², uma parte deste Salar é parte da Reserva de Los Flamencos.
 
Foto por Iza Dourado
 
 Foto por Leonardo Gomes   

Povoado de Socaire - 3.900 mts. Passamos ali para almoçar.

Lagunas Altiplanicas (Miscanti e Miñiques) : Altitude entre 3.940 e 4.300 mts. Em outubro/2013, muito frio, muito vento, logo, balaclava para proteger o nariz e o sorriso, anorak, luvas, sapato fechado, mas vale a pena, um dos lugares favoritos do Leo na viagem, é lindo!
 Foto por Leonardo Gomes 

  Foto por Leonardo Gomes 

Terceiro dia 
Salar de Tara: 4.900 mts. Passeio de um dia todo, o tour geralmente sai as 08 e volta ás 18 horas, almoça-se em um casebre próximo à laguna, e foi onde senti mais dificuldade de respirar, pois é necessário caminhar um pouco para conhecer a Catedral de Tara, e passear entre os Moais de Tara, o Salar fica à uns 140 km de San Pedro, e a estrada é incrível!

Foto por Leonardo Gomes  

Quarto dia (Tour de 04 dias- 4x4 - dia 01)

Para atravessar o Salar do Chile à Bolívia, é necessário um guia experiente, o GPS geralmente enlouquece e não a uma estrada marcada. Nosso Guia disse que geralmente acompanha a marca dos pneus de outros carros, e que ia mais ou menos pelo rumo, a imensidão de sal de 10.584 km² pode criar ilusões no horizonte, conhecemos uma Francesa que estava cruzando o deserto de bicicleta, mas se você não tem toda essa sagacidade, contrate um bom guia em uma agência bem avaliada nesse sites de viagens, no post dicas, nós citamos algumas.


Partimos de San Pedro às 08 am, visitamos:

Alfandega, os bolivianos são meio emburrados, mas a alfandega é bem simples, apresente seus documentos e pronto, filas do lado de fora, mas o atendimento é bem rápido, é muita gente entrando e saindo nesse trecho, o tempo todo tem carros chegando e saindo, confira o horários de funcionamento com antecedência se você estiver fazendo a viagem por sua conta, monta-se uma mesa de café da manhã bem servida, e nossa primeira refeição. Lá não há banheiro, portanto se você tiver apertado, dê seu jeito. Logo após chegamos na Reserva Nacional da Fauna Andina Eduardo Avaora, e após cadastro pagamos a taxa de Bs 150.

 Foto por Leonardo Gomes 


Laguna Blanca, primeira parada.
Foto por Leonardo Gomes 


Laguna Verde(atrás do Vulcão Licancabur), muito bonito!
 Foto por Leonardo Gomes  
 
Foto por Leonardo Gomes 

Roca de Daly, só de longe, tiramos algumas fotos para registrar.


Águas Termales (Termas Polques), é uma espécie de tanque ao lado da laguna salada, muitos flamingos também, mas o que faz sucesso aqui é um mergulho nas aguas quentinhas que estão ali fazendo fumaça, pois a diferença de temperatura com o exterior é grande, pelo menos na época que fomos estava bem frio, nem eu nem o Leo animamos molhar nem os pezinhos, na volta do tour passamos ali para usar os baños, tinha feito tanto frio durante a madrugada que a laguna estava congelada e os flamingos estavam tumultuando um pedacinho descongelado, mas as aguas quentes estavam fazendo muito sucesso, igual piscinão de ramos.


Geyser Sol de Mañana, cheiram enxofre e não são bonitos, hahahah, os del tatio (chilenos) são maiores e mais onipotentes (dizem, nós não vimos). Muita fumaça saindo do solo por causa das rochas vulcânicas.


Parada para o Almoço no Refúgio, comida boa, um tempinho ali, nos acomodamos e seguimos para conhecer a próxima laguna.
 Foto por Leonardo Gomes  

Foto por Leonardo Gomes 

  Foto por Leonardo Gomes 

Foto por Leonardo Gomes 
Laguna Colorada(na minha opinião, a mais exuberante).
Foto por Leonardo Gomes  

 
 Foto por Leonardo Gomes 


  Foto por Leonardo Gomes  


Dormimos ali próximo no primeiro abrigo, à quase 4.000 mts de altitude, tão difícil de respirar, todos esses atrativos ficam dentro da Reserva Nacional de Fauna Andina Eduardo Abaroa/Bolívia, comemos bem e ficamos a vontade para tirar fotos, nesse abrigo não tinha chuveiro, mas tem sanitário.

Eu e Leo ficamos em um quarto só nosso, dormimos meio mal por causa da altitude, uma ajeitadinha no travesseiro e parecia que eu tinha corrido um km na minha melhor velocidade sem parar. Lá fora estava muito frio, mas muito mesmo, o Leo saiu para tirar umas fotografias incríveis o céu perfeito, parecia um astronauta de tanta roupa. Em cima do abrigo estava o braço da galáxia e ele registrou uma chuva de meteoros.
 Foto por Leonardo Gomes 

Quinto dia (Tour de 04 dias- 4x4 - dia 02)

Saímos por volta das 08:00 hras, visitas do dia: Arbol de Piedra, tão legal! Ha muitas estruturas de rochas e é um passeio interessante.
Laguna Onda e Hedionda - Almoçamos ali por perto, um arroz com ervilha e frango (eu acho), nosso guia procurou um lugar com menos vento, onde podíamos ficar mais a vontade, por que nada mais desagradavel que o vento levar seu arroz pro horizonte antes de você colocar o garfo na boca, hahahah.


Laguna Cañapa - Muitos flamingos, muitos mesmo. Achei que era o lugar que mais viria os flamingos, brasileiros acostumados só piriquitos aos bandos, quando vimos esta laguna, ficamos encantados. Atente que há uma pequena estrutura com café, hotel, banheiros($) e até wifi(é o negócio é civilizado).


Parada para o almoço.


Avistamento do vulcão Ollague (estava ativo, o Leo tirou uma foto incrível!), um pedaço looongo da viagem, algumas horas dentro do carro, paramos para fazer um pipis (Pessoal, vi muito papel higiênico perdido na trilha, leve sua "basura", o mal da civilização, onde a muita gente há lixo, leve a consciência de que esta de visita, e cuide do ambiente como se fosse sua casa).
 Foto por Leonardo Gomes 
Hotel de Sal, sensacional! O chão, as paredes a estrutura das camas, dos bancos, tudo de puro sal, aqui tinha banheiro, era só um chuveiro, e a energia fica ligada somente por um determinado período então foi revezamento e fila na hora do banho, sempre consciente que de tinha mais pessoas para tomar banho, então por mais sujinho que você esteja, seja rapidinho. Vista para um horizonte distante e vazio, o nascer do sol foi muito bonito. Leve seu saco de dormir para se manter quentinho a noite, rola de cobrir a cama com ele. O jantar estava muito bom, sopa de entrada e bife com batatas fritas. 
 Sexto dia (Tour de 04 dias- 4x4 - dia 03)

Acordando bem cedo para ver o amanhecer, Visitas do dia: Salar Uyuni, onde paramos para o café o almoço e ficamos observando as pessoas fazerem aquelas fotos bizarras e engraçadas. Ao horizonte nós vemos só sal, e por mais que eu tenha passado protetor, queimei as mãos e nariz com o sol, que potencializa com o reflexo no sal.
 Foto por Leonardo Gomes  

Foto por Leonardo Gomes


Foto por Leonardo Gomes  


 Foto por Leonardo Gomes 
Isla Pescado, no meio do salar uma elevação de terra, com muitos cactus antigos, alguns com centenas de anos e com até 10 metros de altura.
Museu de Sal, onde ficam as bandeiras, o museu mesmo estava fechado.


Colchani, onde paramos para almoçar.


Cemitério de Trens, na entrada de Uyuni, O dia mais longo e eterno na história, depois de umas voltinhas em Uyuni, o Leo tirou muita foto boa, voltamos à agencia para sermos encaminhados para o ultimo abrigo.
Foto por Leonardo Gomes 

 Foto por Leonardo Gomes 


Foto por Leonardo Gomes 



Depois de uma loooonga viagem de 6 horas, juro dizem que Uyuni fica a 2 hras de Villa del Mar, mas com certeza nesse dia roubaram essa Villa do mapa, acho que o motorista se perdeu, passamos por uns riachos de 4x4, ouvindo "Quero una Chica", chegamos ao abrigo em Villa del Mar de madrugada, era quase 1:00 hra da madrugada, humilde com quartos coletivos, fez muito frio a noite, e o saco de dormir foi essencial.

Sétimo dia (Tour de 04 dias- 4x4 - dia 04)

Uyuni -> San Pedro
Saída 04:00 hras cruzar fronteira, na verdade saímos umas 04:30 hras, tomamos café na alfandega boliviana, pegamos a bagagem e passamos para os minibus, e passamos pela alfandega no chile, que fica em San Pedro, a qual inspeciona bagagem no raio x, tem um pouco mais de estrutura. O minibus desce a ruta lentamente para que ninguém passe mal com a alteração brusca de altitude. (viagem de 4hras de duração) Na alfandega, eu até joguei fora uma lata de frutas achando que não me deixariam entrar no país com comida, mas estava lacrada e fui e peguei-a no lixo novamente (no lixo não tinha nada, só ela), hahahah.
 

Oitavo dia 

Vulcão Tocco: 5.600 mts - Nós tínhamos algumas opções para aproveitar bem o ultimo dia, mas tinha que ser um passeio no período da manhã, pois nosso voo estava marcado para as 17 horas em Calama. E nós escolhemos subir um vulcão, foi tudo pensado, começamos nossa aventura com altitudes mais baixas, para ir ambientando o organismo e subir mais de 5 mil metros.

Mas não deu, vou contar pra vocês. O Guia nos buscou no hotel por volta das 04:00 hras, nos comemos um lanchinho e pessoal do nosso hotel já estava acordado, nos deram uns pãezinhos e chá. Seguimos pela Ruta 27 e viramos na B-243, sentido Bolívia, tentamos subir o Vulcão Tocco, que fica ao lado do Vulcão Licancabur,  quando chegamos lá os termômetros marcavam -7ºC do lado de fora, eu queria fazer um pipis, queria e e continuei querendo não tive coragem de mostrar minha bundinha branca para aquela neve, ia congelar na hora. Nossas luvas não eram suficientes e o guia nos emprestou umas que ele tinha por lá.

Aliás, eu viajei iludida de que iria comprar uma bota nas promoções de setembro em Santiago, mas nops, fiz tudo de tênis menos o vulcão, pois a dona da Cumbres6000, a Rosana me emprestou uma bota.

Iniciamos a caminha à 3.500 mts de altitude, eu à passos de tartaruga com artrose e o Leo na sagacidade, acompanhando o guia, em alguns pontos eles paravam para me esperar, fui devagar e pesada, mascando minhas folhas de coca, agarrada aos bastões que o guia tinha nos emprestado também (Guia abençoado e nós "Os despreparados").

Alguns grupos de Europeus passavam por mim  parecendo que estavam passeando no quintal de casa, e eu num sofrimento, coriza, frio e meu nariz já estava machucado com o passar dos dias, de repente o Leo se sentou em uma pedra e o guia continuou, eu foi lentamente chegando até ele e como a luva era maior que minha mão estava meio desajeitada, meu bastão caiu próximo ao pé dele e pedi para pegá-lo pra mim, ele se debruçou em seu bastão e ficou uns segundos em silencio, percebi que não estava bem, e então disse que não conseguiria e que iria descer e que era para eu continuar e já se levantou e foi descendo vulcão abaixo.

Eu fui lentamente até o Guia, e avisei que iria descer porque ele estava passando mal, tirei umas fotinhas ruins para registrar nossa subida, e desci apitando para o Leo nos esperar, mas ele estava tão mal que em percebeu, só precisava descer rápido para que o mal da montanha não se complicasse mais.



Chegamos à 5.375 mts, temperatura de -7ºC, as mãos do Leo congelaram no bastão, e a altitude realmente judia, principalmente quando irá se fazer algum esforço físico. Logo se você tem interesse em fazer algum passeio nesse sentido, se prepare bem físicamente, vá com calma, mastigue muita folha de coca (há pessoas que levam Diamox), se ambiente bem à altas altitudes e se prepare com roupas mais robustas, luvas e botas impermeáveis, óculos com boa refração para neve, casacos de pluma de ganso.



Geyser Del Tatio: 4.250 mts (Não fizemos os geyseres porque já tínhamos visto uns geyserezinhos na Bolívia, e por mais que os do Chile sejam grandiosos, nós nunca tínhamos subido um vulcão)



Fomos embora por volta das 14 horas, a van de transfer agenda para buscar os passageiros com 3 horas de antecedência, pois Calama fica à 104 km de San Pedro, e devido ao trecho, acabam sendo feitos em 2 horas de viagem.



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